*Por Nonato Cruz
Há 248 anos, o Forte Príncipe da Beira, monumento construído para defender o País da ofensiva dos espanhóis e que se impôs pela estrutura e posição estratégica, começou a ser construído.
No dia 20 de junho de 1776, por determinação da coroa portuguesa, foram iniciadas as obras na margem direita do rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia.
O capitão-general, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, governador da Colônia do Mato Grosso, a quem foi incumbida a tarefa de conter avanços das forças espanholas no território brasileiro, escolheu aquele ponto específico da Amazônia para fincar o forte: a localidade que é, atualmente, o município de Costa Marques.
A relevância da obra ficou clara na declaração de Pereira e Cáceres: “A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço dos homens de el-rei, nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalho que dê,… é serviço de Portugal. E tem de se cumprir”.
O Forte Príncipe da Beira foi concluído em 20 de agosto de 1783, tendo à frente o capitão-engenheiro, Ricardo Franco de Almeida e Serra.
A construção transformou Costa Marques num importante aglomerado social, pois atraiu comerciantes e trabalhadores, entre outros grupos. Ali já estavam, nesta época, indígenas e negros que escaparam da escravidão e formaram comunidades.
O emblemático monumento, singular empreitada dos portugueses na América do Sul, cumpriu seu papel que era defender as terras brasileiras. Ali, registra a história, não foi travado um embate sequer, tal a robustez e técnicas defensivas utilizadas na construção.
A edificação exigiu esforços que fazem dos operários heróis anônimos. Afinal, sobrepor com a força humana o rigor das ameaças comuns na região era tarefa para poucos.
Após cumprir sua missão demonstrando aos espanhóis que uma invasão por ali seria rechaçada, o forte acabou perdendo a finalidade com o estabelecimento da República. Pouca importância à obra se deu a partir de então.
Aos poucos, a fortaleza foi abandonada até ficar coberta pela vegetação. Sua redescoberta e reincorporação o patrimônio nacional ocorreu formalmente nas incursões do então major Cândido Mariano da Silva Rondon em 1914.
Ele fez ainda mais: retornou em 1930 e providenciou a instalação da base militar que até hoje faz a manutenção do forte. O local é destino de turistas que vão a Costa Marques para conhecer o mais antigo monumento histórico de Rondônia.
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