Por Jheniffer Núbia e Mayara Subtil
Do G1 RO
A mulher suspeita de tentar ficar com o bebê arrancado da barriga de Fabiana Pires Batista, de 23 anos, e fingir estar grávida de um garimpeiro para "deixar de ser pobre," foi presa na tarde desta quarta-feira (23) em Porto Velho. Cátia Barros Rabelo, de 34 anos, foi ouvida por cerca de 5 horas na Delegacia de Homicídios da capital antes de ser detida preventivamente.
Ela se soma ao grupo suspeito de assassinar Fabiana e o menino Gustavo Henrique, de 7 anos, filho da vítima, em um loteamento do município. "A Cátia está sendo presa pela participação na trama de homicídio", disse a delegada que conduz as investigações, Leisaloma Carvalho, em coletiva de imprensa.
De acordo com Leisaloma, até o momento há cinco pessoas envolvidas no duplo homicídio. Três adolescentes já apreendidos, inclusive, são filhos da mulher que fingiu a gravidez. Um outro menor ainda está previsto para ser ouvido pela polícia. "Ela mencionou o envolvimento de uma outra adolescente, que vamos checar essa informação, além dos quatro que já foram internados", disse Leisaloma.
Conforme a delegada, Cátia teria não apenas participado do crime, como repassado aos filhos e aos outros envolvidos os "instrumentos" para execução do plano. Disse ainda que, assim como os menores, ela não demonstrou arrependimento.
"A adolescente que é irmã da vítima e que frequentava a casa da Cátia se reuniu com os filho dela. Um deles namorava a irmã da vítima. Ela mencionou que a menor já havia expressado o desejo de matar Fabiana", revelou Leisaloma.
Ainda segundo as investigações, assim que os menores retornaram após assassinarem Fabiana e o menino Gustavo, Cátia pegou o bebê de 8 meses e fez fotos. Leisaloma Carvalho informou que a mulher foi procurada por um familiar, onde disse que "tinha dado a luz". "Ela tirou fotos da criança e começou a enviar pelo WhatsApp à pessoa com quem ela estava se relacionando. Inclusive, ela chegou a ir ao garimpo com o recém-nascido", reforçou a delegada.
Sobre como a polícia chegou até Cátia, Leisaloma contou que a mulher pretendia sair de Porto Velho depois de acompanhar a repercussão das mortes pela imprensa. Porém, foi achada por equipes da corporação após o furto de um celular cometido por ela durante a fuga.
"No percurso dela na saída de Porto Velho, ela chegou a furtar um taxista fluvial. Subtraindo o celular dele, ele chegou na delegacia para registrar o furto que aconteceu ontem (terça-feira). Conseguimos recuperar o celular e o ouvimos aqui na delegacia. Ela não pagou a corrida até o garimpo, que seria de R$100, para onde ela foi com certeza visando se esconder e evitar a responsabilização por esse crime. Ela foi interrogada, indiciada e está sendo presa nesta data", complementou Leisaloma Carvalho.
Após a prisão, Cátia Barros Rabelo foi levada ao Instituto Médico Legal (IML). Do lugar, a previsão é de que a suspeita fosse levada ao presídio feminino de Porto Velho, onde permanecerá à disposição da Justiça. Os menores suspeitos seguem apreendidos.
Para a polícia, as motivações do crime continuam sem clareza e mais pessoas podem estar envolvidas.
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